sábado, 22 de setembro de 2012

Santos do Pilar




Nossa Senhora Do Pilar

"Madre mía del Pilar, antes morir que pecar"


  la Virgen del Pilar


 
A imagem de Nossa Senhora do Pilar, simboliza a intercessão de Maria como um dos pilares do cristianismo.



A Virgem do Pilar é uma invocação mariana católica, patrona da Hispanidade, venerada na Catedral-Basílica de Nossa Senhora do Pilar, em Saragoça, na Espanha.

A primeira aparição da Virgem Maria não foi apenas uma aparição, pois ela ainda era viva. O fenômeno chamado de bilocação (estar em dois lugares ao mesmo tempo) aconteceu quando Nossa Senhora apareceu ao apóstolo Tiago Maior na Espanha, na Cidade hoje chamada Zaragoza. Documentos históricos do Vaticano indicam que a bilocação aconteceu em 02 de janeiro do ano 40.

Com efeito,trata-se da primeira aparição da Santíssima Virgem em todos os tempos, quando Ela ainda estava em sua vida terrena; e, por expressa vontade d’Ela, no local do acontecimento foi erigido o primeiro templo mariano no mundo.
Apareceu  ao apóstolo São Tiago Maior, o irmão de São João Evangelista, que recebera, ao pé da Cruz, Nossa Senhora como Mãe; o mesmo São Tiago, que fora dos três mais privilegiado por Nosso Senhor, na Transfiguração do Tabor e na Agonia do Horto.



 la Virgen del Pilar

 
“SÃO TIAGO E A VIRGEM MARIA”
Tiago e João, filhos de Zebedeu e Maria Salomé, eram parentes de Jesus por parte de São José, e eram tidos em muita estima por Nossa Senhora.
Sabemos que a partir de Pentecostes, os apóstolos tornaram-se pela ação do Espírito Santo, discípulos e missionários de Jesus Cristo.
João evangelista recebeu do mestre a missão mais sublime, a de cuidar de sua mãe, a mãe de Jesus, a mãe da Igreja e de todos nós.
Tiago Maior, seu irmão, foi o primeiro apóstolo a ser martirizado e a ele foi confiada a evangelização das terras da Europa, mais precisamente na Península Ibérica.
Tiago, assim como os outros apóstolos antes de partir, foi pedir a benção à Nossa Senhora que a todos confortava e consolava como mãe carinhosa. Maria era a Referência da Igreja que se tornava Missionária.
A Virgem Santíssima, depois de abençoar o apóstolo Tiago, sentenciou: “Vai meu filho, cumpre a ordem de teu mestre, e por ele roga que, naquela cidade da Espanha em que maior numero de almas converteres à fé cristã, edifiques em minha memória, conforme o que eu te manifestar.”
São Tiago após ter difundido o Santo evangelho em alguns lugares, dirigiu-se para Saragoça, à margem do Ebro. Ao final de sua pregação, retirou-se para orar com oito nobres varões; recém-convertidos, por alguns dias. Certa noite enquanto descansavam, ouviu de repente vozes angelicais que cantavam “Ave Maria”. Era  noite. quando os santos anjos, conduziram sua Rainha, de Jerusalém à cidade de César-Augusto.
 Todos colocaram-se de joelhos e viram a Virgem Maria, sentada em uma coluna ou pilar de mármore, que acenou pedindo que o apóstolo se aproximasse .Maria apareceu a São Tiago para consolá-lo. O apóstolo estava na Espanha evangelizando e sofrendo muito com as perseguições.
Nossa Senhora depois de saudá-lo carinhosamente, mostrou-lhe o local onde deveria ser edificada a construção e que conservasse aquela coluna ou pilar de mármore e a colocasse no altar do templo e lá ele iria permanecer até o final dos tempos; era o dia 12 de outubro!




Nicolas Poussin - Aparição da Virgem do Pilar a São Tiago - Louvre


 Circundada por diáfanas nuvens, sentada num trono de luz, servida por anjos, aproximou-se então do maravilhado apóstolo e disse-lhe: "Tiago, servo do Altíssimo, bendito sejais de Sua destra, e Ele vos encha de Sua divina graça.
 Tiago, este lugar assinalou e destinou o Altíssimo todo- poderoso Deus do Céu, para que na terra lhe consagreis e dediqueis nele um templo e casa de oração, onde sob o título de Meu Nome quer que o dEle seja exaltado e engrandecido, e que os tesouros de Sua divina destra se comuniquem, franqueando generosamente Suas antigas misericórdias a todos os fiéis que por minha intercessão alcança-los-ão, se os pedirem com verdadeira Fé e piedosa devoção, e em nome do Todo-Poderoso lhes prometo grandes favores e bênçãos de doçura, minha proteção e amparo, porque este há de ser meu templo e casa, minha própria herança e possessão.

Aparición de la Virgen del Pilar a Santiago Apóstol
Fachada de la Iglesia de Santiago - Sevilla - Leyenda bajo el retablo:
"Madre mía del Pilar, antes morir que pecar"
Antonio Kiernam Flores - Fábrica: Cerámica Santa Ana - Sevilla, década de 1940


E em testemunho desta verdade e promessa ficará aqui esta coluna, e colocada sobre ela minha própria imagem neste lugar, onde uma e outra perseverarão com a Santa Fé até o fim do mundo .... Os anjos entregaram a São Tiago então o referido pilar ou coluna e a imagem, e, tendo feito este serviço ao Senhor, ireis a Jerusalém, onde Meu Filho Santíssimo quer que Lhe ofereçais o sacrifício de vossa vida“.
Tudo tendo sido santamente cumprido, o templo, a imagem e o pilar não têm feito senão aumentar em glória, pompa e riqueza recebidas e em benefícios concedidos.


 Aparicion de la Virgen del Pilar

Aparición de la Virgen del Pilar a Santiago Apóstolo

 A Virgem entregou-lhe uma coluna de jaspe como símbolo da fortaleza que deveria ter sua fé e pediu ao apóstolo que ali, sobre aquele pilar fosse erguido um templo como sinal de devoção à Virgem Maria intercessora.
 Esse foi o início do culto à Maria na Igreja. Ela assumiu seu papel de consoladora dos aflitos e advogada dos fiéis nas causas pedidas ao Senhor.


la Virgen del Pilar


 Aparicion de la Virgen del Pilar  a SaintTiago apóstolo Francisco Bayeu



São Francisco e Nossa Senhora de Pilar


Muitos Pontífices Romanos incentivaram tal devoção. São Jerônimo, um dos grandes Doutores e polemistas dos primeiros séculos da Igreja, já atestava a veracidade do prodígio, e o Breviário Romano indica sua festa a 12 de outubro, mesmo dia em que se comemora, no  Brasil, Nossa Senhora Aparecida, Padroeira da Nação.


 Altar barroco da Basílica Nossa Senhora do Pilar Zaragoza Espanha


A Basílica fica aberta o dia inteiro, mas nunca faltam os fiéis que chegam ao Pilar em busca de reconciliação, graça e diálogo com Deus. É popular na Espanha, especialmente a região de Aragon, a jaculatória:"Bendita seja a hora em que a Virgem veio em carne mortal a Zaragoza".


 Altar barroco da Basílica Nossa Senhora do Pilar Zaragoza Espanha

 Nossa Senhora do Pilar é o mais antigo título da Virgem Maria, pois surgiu ainda quando a Santíssima Virgem Vivia. Tal acontecimento se deu aproximadamente 40 anos DC.




 Altar barroco da Basílica Nossa Senhora do Pilar Zaragoza Espanha 

O retábulo do Altar Maior em alabastro, conserva restos de policromia, uma amostra espetacular de gótico tardio, obra de Damian Forment. Também Goya deixou sua impronta especialmente na cúpula `Regina Martyrum`. Basílica é de grandes dimensiones e de uma intensa beleza emocional para os zaragozanos.




Santuário Zaragoza Espanha


Muito para além dos milagres espetaculares, a Virgem do Pilar é invocada como refúgio dos pecadores, consoladora dos aflitos, Mãe da Espanha. Sua ação é sobretudo espiritual.
A devoção ao Pilar tem uma enorme penetração na Ibero-américa, cujos países celebram o dia do descobrimento de seu continente a 12 de outubro, isto é, no dia do Pilar. Enquanto no Brasil celebramos a Padroeira Nossa Senhora da Conceição Aparecida, o mundo hispânico comemora sua patrona, a Virgem do Pilar.

A tradição pilarista tem grande influência na América. A sua descoberta em 12 de outubro de 1492 coincide com a data da Festa do Pilar, o que faz com que Nossa Senhora do Pilar seja considerada a intercessora para o surgimento de um novo continente.



Muitos milagres na Espanha foram atribuídos a Nossa Senhora do Pilar, mas um especificamente marcou a história da igreja. 

O Milagre de Calanda

Um jovem Chamado Miguel-Juan Pelicer nascido em 1617 em Calanda, na Espanha, era desde pequeno devoto de Nossa Senhora. A perna que lhe fora amputada havia sido restituída na noite de 29 de março de 1640.
O milagre ficou conhecido e foi comprovado por testemunhas que acompanharam toda a trajetória do jovem.  Miguel voltou a Zaragoza para agradecer e foi convidado a fazer visitas a muitos reis em diversos países divulgando o milagre de Nossa Senhora.
O Arcebispo Pedro Apaolaza, assistido por nove teólogos e canonistas, a 27 de abril de 1641, pronunciou a sentença de cura milagrosa, com base em textos do processo unidos às declarações das testemunhas.




Apóstolo San Tiago

Saint James the Greater  Guido Reni 1636-38 Houston Texas

"Madre mía del Pilar, 
antes morir que pecar"


Apóstolo San Tiago  "Semeador da Luz do Céu"



São Tiago o Maior, Apóstolo e Mártir
(+ séc. I)
Era irmão de São João Evangelista e foi particularmente privilegiado entre os Apóstolos, pois esteve presente na Transfiguração de Nosso Senhor e na Agonia do Horto. Foi o primeiro dos doze Apóstolos a sofrer o martírio, no ano 44 de nossa Era. Seu sepulcro, em Compostela, norte da Espanha, é até hoje centro de peregrinação mundialmente famoso.



The Santiago Madonna Murillo




"¡Dios ayuda a Santiago!"


Apóstolo San Tiago


The Battle betwen Christians and the Turques  Tintoretto 16e Prado


Saint James Major  el Apostol Santiago  Bartolomé Esteban Murillo 17 century Prado



St.James the Greater conquering the Moors Giovanni Battista Tiepolo 1750
Budapest

“Se vos faltam as forças, adverte São Tiago,
 por que então não as pedis?”
 Não tendes porque não pedir
 (Tg 4,2).



Santiago Matamouros  17th century


Saint James the Moor Slayer in the Battle in Clavijo 1603




Saint James the Moor Slayer in the Battle in Clavijo 1603 (detail)



St James brought to Martyrdom Giovanni Battista Piazzetta



Martírio de San Tiago Francisco Zubarán 1639



Martírio de San Tiago



símbolo dos mártires

 Tiago  continuou a viagem para Jerusalém, onde foi decapitado e como o primeiro do Sacro Colégio Apostólico a receber a palma do martírio.




 Santiago Compostela


No sepulcro do santo Apóstolo aconteceram muitos milagres. Mais tarde lhe foram transferidos os ossos para Compostela, que se tornou um dos mais afamados lugares de peregrinação. S. Tiago pregou cerca de quatro anos na Espanha.








Zaragoza Nossa Senhora do Pilar
 

Depois da aparição de Maria a Espanha conheceu e aceitou o cristianismo pregado arduamente por São Tiago .
 Muitas pessoas testemunharam o evento da Aparição e divulgaram a mensagem de Nossa Senhora do Pilar pela Espanha e depois para o mundo todo. A Virgem do Pilar tornou-se a padroeira da Espanha e consoladora.



Zaragoza Nossa Senhora do Pilar


A imagem da Virgem do Pilar é feita de madeira dourada e mede 38 cm. Está sobre uma coluna de jaspe, “o pilar”, revestida com um forro de bronze e prata. Representa a Virgem Maria coroada com túnica e um manto, contemplando o menino Jesus que segura o manto de Sua Mãe com a mão direita e uma ave com a esquerda.

O templo recebe milhões de visitantes todos os anos de diversos lugares do mundo. Sempre no dia 02 de janeiro, o Bispo de Zaragoza realiza uma vigília em memória da vinda da Santíssima Virgem à cidade e no segundo dia dos doze meses do ano a imagem é apresentada sem manto aos fiéis.
Os fiéis aflitos vão ao santuário pedir a intercessão da Virgem em suas dificuldades colocando-as diante de seu Filho, assim como São Tiago fez em momento de tribulação, ou até mesmo agradecer o consolo de Nossa Senhora do Pilar.




O fato é que, nos primórdios da comunidade cristã em Saragoça, foi construída uma pequena capela às margens do Rio Ebro em homenagem a Nossa Senhora. A capela foi, sucessivamente, reconstruída e ampliada ao longo dos séculos, até se converter na atual Catedral-basílica de Nossa Senhora do Pilar


Virgen del Pilar  Goya


Que a Virgem do Pilar nos alcance de Deus, Bênçãos e Graças.
 Amém!






Francisco de Goya nos deixou duas obras na Basílica del Pilar, a primeira delas  ``La Adoración del Nombre de Dios`` no Coreto de la Virgen. A segunda obra de denomina ``Regina Martyrum``, é um fresco de grande beleza no que aparece a Virgem rodeada de santos mártires aragoneses e que  encontra-se junto à capela de San Joaquín.




“E assim em nome do Todo Poderoso, prometo a todos os fiéis que aqui vierem, grandes Bênçãos, Proteção e amparo, por que este há de ser meu templo e minha casa... E em testemunho desta verdade e promessa, ficará aqui esta coluna, e colocada sobre ela e minha imagem, permanecerá até o fim do mundo como sinal de fé!” (Nossa Senhora a SãoTiago.)


 Capilla del Pilar
Beato João Paulo II ao visitar Saragoça disse; “Ela (Maria), tem que ser cada vez mais a pedagoga do evangelho... A pedagoga que nos conduz pela mão, e que nos ensina a cumprir o mandato missionário de seu filho”.


Basílica da Nossa Senhora do Pilar Zaragoza


O majestoso santuário de Saragoça,  é um dos mais belos do mundo.


Santuário Zaragoza às margens do rio  Ebro

A Basílica del Pilar é o símbolo por excelência da cidade Zaragoza
Nossa Senhora do Pilar, entretanto, atrai-nos a todos porque sua história é de grande interesse universal.






  Basílica Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto
   Minas Gerais  Brasil


Igreja Nossa Senhora do Pilar Altar  Minas Gerais Brasil


"Basílica" significa casa do rei e isso significa que nós temos que dar visibilidade a  Reino de Deus daqui, vivendo os valores do evangelho.



 
Basílica de Nosa Senhora do Pilar Ouro Preto Minas Gerais Brasil

Sua fachada é mais reta e alinhada com a porta. Seu teto é diferenciado já que não tem perspectiva foi considerada matriz antes de 1750 e a expressão máxima da opulência e dramaticidade do barroco.



Em Ouro Preto, Matriz de Nossa Senhora do Pilar recebe o título de basílica

A cidade histórica celebra no dia 1º de dezembro de 2012 a nova classificação concedida pelo Papa Bento XVI à suntuosa igreja.




 http://lmascarenhas.blogspot.com.br/2011/08/igreja-matriz-do-pilar.html



Basílica de Nosa Senhora do Pilar Ouro Preto Minas Gerais Brasil



A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar é a segunda mais rica do país, com aproximadamente 434 quilos de ouro. Arquitetura em estilo barroco. Erguida em torno de capela dos primeiros anos do século XVIII, sob invocação de Nossa Senhora do Pilar.

A dificuldade para se fotografar a Igreja é enorme devido a um grande roubo de peças sacras, ocorrido em setembro de 1973. Os ladrões travestiram-se de fotógrafos e registraram detalhes de segurança da Igreja para depois voltarem e se esconderem. Com a Igreja fechada foram ao subsolo e furtaram 17 peças valiosíssimas.




Relato de Anna Catharina Emmerich sobre a primeira aparição da Virgem Maria
A conhecida beata Anna Catharina Emmerich, freira alemã do século XVIII e beatificada em 2004, era famosa por suas visões dos fatos ocorridos aos primeiros cristãos da história, inclusive do próprio Jesus Cristo. As visões da beata foram reunidas pela igreja e, entre elas, Anna Catharina descreve o sofrimento de São Tiago na evangelização da Espanha e principalmente o momento em que ele orava a Deus e lembrou-se também da Santíssima Virgem, pedindo que ela também rogasse por ele pedindo luz junto ao Filho.

“Então vi subitamente aparecer por cima do Apóstolo um esplendor no céu e Anjos que entoavam um magnífico canto e transportavam uma coluna resplandecente, que da base projetava um raio fino de luz sobre um lugar, alguns passos distante de Tiago, como para indicar esse ponto. A coluna tinha um brilho vermelho, era atravessada por muitas veias, muito alta e delgada, terminando em cima como um lírio, que se abre em línguas de luz, das quais uma raiava longe, em direção a Compostela, a oeste, as outras, porém, para as regiões próximas. (Formando assim um pilar).
Nessa flor de luz, vi a figura da Santíssima Virgem em pé, como sempre ficava em vida na terra, durante a oração, toda branca e transparente, com um brilho mais belo e suave que o da seda branca. Estava de mãos postas, uma parte do longo véu cobria-lhe a cabeça, a outra parte, porém, envolvia-a até os pés, de modo que com os pés delicados e pequenos estava sobre as cinco pétalas da flor da luz. Era um quadro indizivelmente doce e belo.
Vi que Tiago, orando de joelhos, levantou os olhos e recebeu interiormente de Maria a ordem de, sem demora, construir nesse lugar um templo, em que a intercessão de Maria se firmasse como uma coluna.”.


Igreja Nossa Senhora do Pilar  Guadalajara México



"Madre mía del Pilar, antes morir que pecar"





Virgem Santa do Pilar
nossa mãe, nosso futuro
tu és estrela polar
brilhando num céu escuro.

Deixa que nós pecadores,
na mais santa devoção
*te joguemos estas flores
brotadas do coração.

E quando a morte chegando
os nossos olhos cerrar
queremos partir cantando
sob a Luz do teu olhar.


*Um número recorde de 450 mil peregrinos acorre a Zaragoza para venerar a Santíssima Virgem do Pilar. A tradicional oferenda de flores dura 11 horas, das 7 e meia da manhã às 6 e meia da tarde. O número de flores alcança a extraordinária soma de 7 milhões.




"Deixa que nós pecadores,
na mais santa devoção
te joguemos estas flores
brotadas do coração."



Nossa Senhora do Pilar, a primeira aparição de Maria









Referências:


Hagios Symeon Stylites



São Simeão Estilita - Anacoreta do Ar



Estilitas (em grego: stylos - "pilar") ou "Santos do Pilar" formam um tipo de ascetas cristãos que, nos primeiros anos do Império bizantino, permaneciam em pilares pregando, jejuando e rezando. Eles acreditavam que a mortificação do corpo físico ajudava a assegurar a salvação de suas almas. O primeiro estilita foi provavelmente  Simeão Estilita,o Velho, que subiu num pilar na Síria em 423 d.C. e lá permaneceu até morrer, trinta e sete anos depois.


Hagios Symeon Stylites



Próximo de Antioquia, na Síria, S. Simeão Estilita (em grego, styllus=coluna) (389-459) notabilizou-se por ter decidido mandar construir uma coluna, em cima da qual passaria a viver, para se aproximar de Deus, afastando-se dos pecados do mundo.
Diz-se que terá permanecido, a uma altura de cerca de 20 metros do solo, durante mais de 30 anos!

"Mais fazia Simeão Estilita, a quem com razão podemos chamar Anacoreta do Ar, e não da terra. Vivia sobre uma coluna de trinta e cinco côvados de alto, onde perseverou oitenta anos ao sol, ao frio, à neve, aos ventos, comendo uma só vez na semana, e orando de dia e de noite, quase sem dormir. Umas vezes orava de joelhos e prostrado, outras em pé e com os braços abertos, e nesta postura estava reverenciando continuamente a Deus com tão profundas inclinações, que dobrava a cabeça até os artelhos. (...)"
Padre António Vieira, Sermão de Todos os Santos, VII.



Simeon Stylites stepping down

Icon of Simeon Stylites the Elder with Simeon Stylites the Younger. Simeon the Elder appears to be shown at the left stepping down from his pillar in obedience to the monastic elders; the image may also reference a point in his life when, due to an ulcerous leg, he was forced to stand atop his pillar on one leg only.[1] At right is represented Simeon Stylites the Younger (also known as 'St. Simeon of the Admirable Mountain').


Simeão Estilita, o Velho, com Simeão Estilita, o Moço. O mais velho parece estar à esquerda, descendo de seu pilar em obediência aos anciãos de sua comunidade. A imagem também pode ser uma referência à época que, por conta de uma úlcera em sua perna, ele foi forçado a permanecer sobre uma perna só. Do lado direito, estão Simeão, o Moço, conhecido como "Simeão da Montanha Admirável").



Simeon Stylites young ano 510

A vida de São Simeão foi escrita por três autores, não sòmente contemporâneos, senão também testemunhas oculares da maior parte dos fatos. São êles o bispo Teodoreto, que compôs o seu trabalho dezesseis anos antes da morte de Simeão; Antônio, discípulo do santo, e o sacerdote Cosmas, seu amigo, que governava uma paróquia das cercanias, e que, em nome de tal paróquia, lhe escreveu uma carta que ainda possuímos.



Alypius The Stylit    icone russo ( Alypius discípulo)



Преподобный Алипий Столпник с образом Спаса Нерукотворного.
Saint Alypius



Saint Simeon



Simeon Stylite  Louvre
6th century depiction of Simeon on his column.     Christ is shown at the top in a mandorla, blessing Simeon; the serpent represents demonic temptations (Louvre).


Simeão Estilita, o Antigo foi um asceta cristão sírio, que viveu no cimo de uma coluna de pedra. É considerado santo quer pela Igreja Católica Romana, quer pela Igreja Ortodoxa. Na Igreja Católica o seu dia corresponde ao 5 de Janeiro, enquanto que na Igreja Ortodoxa é celebrado a 1 de Setembro. É chamado de "Antigo" para distingui-lo de São Simeão Estilita, o Moço, que viveu no século VI.


ortodox icon

Simeão nasceu no norte da Síria, perto da moderna Alepo tendo começado a sua vida como pastor. Em 403 a.C. ingressou como monge em Teleda, tendo adoptado práticas de austeridade extremas que geraram critícas e o afastamento da comunidade. Mudou-se então para Telnessin por volta do ano 412. Viveu como eremita numa cela e depois passou a viver no topo de uma coluna preso por uma corrente (tornou-se um estilita)  

St.Simeo Stilit


Simeão nasceu no norte da Síria, perto da moderna Alepo tendo começado a sua vida como pastor. Em 403 a.C. ingressou como monge em Teleda, tendo adoptado práticas de austeridade extremas que geraram critícas e o afastamento da comunidade. Mudou-se então para Telnessin por volta do ano 412. Viveu como eremita numa cela e depois passou a viver no topo de uma coluna preso por uma corrente (tornou-se um estilita)    
 São Simeão era de família humilde. Seu Pai era pastor na cidade de Cilícia, próximo à Síria, sempre ajudava ao pai no trato com o rebanho, certa vez, ao ler a Biblía enquanto trabalhava ficou impressionado com as histórias dos sacrificios de beatos e fiéis. Assim, foi até o mosteiro mais próximo e, depois de passar dias e noites na porta do local sem comer e sem beber, implorou para que os monges o admitissem como o servo mais humilde da instituição. Após alguns anos, foi expulso do mosteiro quando descobriram a prática de penitência que ele praticava, ficando muito ferido no corpo e temendo que a prática se tornasse hábito entre os demais monges no mosteiro o superior mandou-o embora. Expulso, ele decidiu tornar-se um eremita, indo morar no topo do Monte Thesalissa, onde várias outras pessoas viviam isoladas a rezar. São Simeão, como todos os eremitas, escolheu viver só, em lugar afastado para dedicar-se somente a oração,


A vida que os eremitas levavam, pobre e contemplativa, era considerada na época um caminho especial para se alcançar a santidade. (Conta a história que o primeiro eremita foi Santo Antão, que por volta do ano 300 foi para o deserto para dedicar-se a fé). 




Saint Symeon the Stylite with Scenes from His Life by Russian icon , Russia , 16th century . State Tretyakov Gallery , Moscow , tempera on panel , Russian icon painting .
Saint  Simeon  Stylite L'Ancient







         Praticou penitências espantosas, daquelas que a Igreja propõe mais à admiração do que à imitação dos fiéis. Desejoso de entregar-se ao isolamento e à oração, construiu uma coluna de 28 metros de altura, no topo da qual se refugiou. Daquele lugar insólito pregava, convertia pecadores e dava orientação a pessoas que de muito longe iam procurar seus conselhos, inclusive imperadores e reis.


 Simeon Stylites - an icon of second half of the 16th cent. from Kostarowce, Historic Museum in Sanok, Poland

São Simeão morreu aos 60 anos de idade sobre o local em posição de oração. Por sua atitude passou a ser conhecido na época por O Estilita, uma referência à palavra grega stylos, que significa coluna.




Ruins of the Church of Saint Simeon with remains of his column (centre, now topped with boulder), Syria.









Em volta da coluna onde viveu durante trinta anos foi construída uma basílica cruciforme, cujas ruínas subsistem ainda no local

Medallions with pictures of the stylite made to his honour, though, indicate that all there was on the top of the pillar was a wooden platform of about five square metres with a railing around it. Besides the column there was a sort of staircase carved out of rock. People who for various reasons wanted to consult Simeon could climb the stairs and converse with him. This block of stairs can still be seen beside the remains of the column.



Simeon Stilytes Syria  Hama Museum ano 500 basalto Cristo em forma da ave coroando a coluna

Simão Estilita (Séc. V) tornou-se famoso por ter passado 37 anos da sua vida no topo de um pilar. Daí pregava sermões e escrevia epístolas que eram veneradas em todo o Império Bizantino. A fama de Simão Estilita, que já em vida era considerado um Santo, ficou a dever-se à autoridade moral que lhe advinha da renúncia ao mundano e da sua dedicação total à meditação.
Simão, apesar do exíguo espaço a que se confinou, não viveu isolado. Os seus fiéis seguidores iam visitá-lo diariamente e Simão exercia daí a sua influência a favor das causas que considerava justas.
No local do pilar onde Simão viveu construiu-se mais tarde uma Basílica designada Qal at Simân (O Palácio de Simão). A ruínas desta Basílica ainda hoje são local de peregrinação.



Illustration to Tennyson's "St. Simeon Stylites" by W. E. F. Britten   1901
"And yet I know not well,
For that the evil ones come here, and say,
'Fall down, O Simeon; thou hast suffered long
For ages and for ages!'"
Alfred Tennyson , Poème « Saint Siméon Stylite » (1842)

russian icon



Igrejas ortodoxas de São Simeão Estilita Russia

ВЕЛИКИЙ УСТЮГ


...... Teodoreto, que o vira e com êle conversara várias vêzes, e que lhe escreveu o resumo da vida, bem via a dificuldade de acreditar em tais maravilhas. É por isso que diz: “Ainda que eu disponha por testemunhas, se assim devo falar, de todos os homens vivos, temo que a minha narração pareça à posteridade uma fábula inteiramente destituída de verdade. O que aqui se passa está acima da humanidade; entretanto, costumam os homens medir o que lhes diz pelas fôrças da natureza, e quando alguma coisa lhe ultrapassa os limites, afigura-se mentira aos que desconhecem as coisas divinas” (1).





Here is St. Simeon Stylites, "of the Pillar" [d. 24 July 459. 5 Jan.] The son of a shepherd, Simeon became a monk and then a hermit, finally climbing a pillar outside Aleppo, 60 feet high with a platform 6 ft. square on top, where he lived for 40 years until his death. On the pillar, his arms raised in prayer, he seemed a living crucifix to the people who watched from below: standing halfway between earth and heaven, his prayer rising heavenward like incense from an altar. To this extraordinary sight, people flocked from all over the world, but also from all over Syria. The monks who served Simeon in his dramatic prayer practice also found themselves serving as hosts to the thousands of pilgrims. The pilgrims came to the pillar bringing their prayers, their problems, their sicknesses, their poverty, their wealth. From the pillar, each afternoon, Simeon pronounced a new way of living: he ordered the gifts of the well-to-do to be distributed among the needy; he supervised healings; he adjudicated family problems and injustices. And every night, from sundown until sunrise, he stood in steadfast prayer. "Like beams in an edifice, Simeon's prayers held firm the world," people wrote. His disciples venerated him: "We saw your light like a torch, and we came." At his death, not only did his fellow monks weep, and all the people near and far mourn as orphans, but "creation itself stood still and groaned in pain."
http://stmarypawtucket.org/resources.php

Kontakion – Tone 2:
O holy one, you longed for the things of the Spirit,
Turning away from those of the world.
You built a tower in which you lived as in another Heaven,
Shining with the splendour of miracles;
And now, O Simeon, you ever pray to Christ God for the salvation of our souls!

 






Site Bode Museum, Berlin
Location Berlin, Berlin State, Germany
Image CaptionBasalt panel, possibly from a chancel screen, depicting St. Simeon Stylites (c.390-459) on his pillar. Syria, 5th or 6th century. Acquired 1963. Bode Museum, Berlin, Germany.
Simon stylites, the 8th dwarf.



St.Simeon Stylite
 

And now, O Simeon, 

you ever pray to Christ God for the salvation of our souls!



Monastério da Cappadócia edificado em inspiração na vida de São Simeão Estilita

 Mosteiro Kathski



Mosteiro Kathski Geórgia  construído numa rocha de 130 m


Simão do Deserto - Filme completo - Legendado






Obra de Luis Buñuel.



O que ensina a lição dos santos loucos. 
Artigo de Enzo Bianchi 



Dos estilistas sírios do século IV a São Basílio de Moscou, a história da Igreja é rica em "apaixonados loucos" de Jesus. Pessoas fora da norma, que tem muito a nos dizer.
A opinião é do monge e teólogo italiano Enzo Bianchi, prior e fundador da Comunidade de Bose, em artigo publicado no jornal La Stampa, 30-09-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.  ao meu ver um texto admirável!
Na história do monaquismo, alguns homens e mulheres caracterizaram o seu estilo de vida asceta através de formas de abdicação à normalidade, de loucura aos olhos dos seus contemporâneos. Não por protagonismo excêntrico, mas sim para opor a loucura da cruz àqueles que, dessa cruz, fizeram um lábaro, uma insígnia triunfante, um emblema do imperium eclesial sobre o mundo.
Às vezes, em uma Igreja feita de sábios, de intelectuais, de arcontes, de instituições ordenadas e alinhadas, não foi possível testemunhar a "loucura da cruz" de que fala o apóstolo Paulo senão assumindo a forma da loucura, do excesso, da não normalidade. Essas testemunhas gostavam de se definir como "simples, idiotas, loucos", e escolhiam confundir "o que é" através da fraqueza com "o que não é" (cf. Primeira Carta aos Coríntios 1, 28) em nome de um amor louco pelo Crucificado, pelo Desprezado, pelo Alienado até a morte, e morte de cruz.
O corpo desses homens e dessas mulheres, "irmão asno", revestindo a forma da loucura, tornou-se sinal eficaz daquela estultice de Deus que confunde a sabedoria humana: às vezes, despiram-se nus, outras vezes mostraram um excesso de extravagância ou se misturaram com os transgressores da ordem estabelecida, tornaram-se familiares aos animais, assumiram a forma do pecador, preferindo morar nos prostíbulos ao invés das colunas das igrejas repletas de cristãos hipócritas e formalistas...
Aquilo que outros apaixonados loucos de Cristo entregaram aos irmãos através dos escritos e da pregação, eles o imprimiram no próprio corpo, colocando em cena um drama e vivendo uma mímica somática capaz de transmitir uma mensagem eficaz. Desde o século IV, no deserto da Síria, aparecem os loucos estilitas, autoconfinados em cima de uma coluna, e os dendritos, que viviam em simbiose com as árvores, como braços içados ao céu. O mundo greco-bizantino conheceu os "loucos", assim como o mundo russo viu aparecer, séculos depois, os "loucos": imagens do Crucificado, esses vagabundos, esquecidos de si mesmos, desprezados pelas pessoas comuns, recordaram a "loucura da cruz" a uma Igreja bem instalada entre os poderosos e os sábios deste mundo.
Mas também no Ocidente, apesar do direito romano e da prudente legislação eclesiástica que se tornavam atentos ao "princípio das realidades e do senso comum", não faltaram os loucos em Cristo: essa insânia evangélica conseguiu até influenciar um santo como Inácio de Loyola, que definia a sua companhia de uma "sociedade de tolos e de professantes da tolice", sem esquecer de Francisco de Assis, que reiterava constantemente a sua qualidade de pazzus in Christo, simplex et idiota.
Mas é no Oriente cristão que a figura dos loucos em Cristo foi de tal forma frequente que originou uma verdadeira categoria de santidade: pessoas definidas nos calendários litúrgicos como "aqueles que, impulsionados pelo amor de Deus e do próximo, adotaram uma forma de piedade cristã que se chama de loucura por amor a Cristo. Estes renunciam voluntariamente não somente às comodidades e aos bens da vida terrena, às vantagens da vida social, mas também aceitam, ainda mais, assumir a aparência de um louco que desconhece as regras da convivência e do pudor, e muitas vezes se permite cometer ações escandalosas. Estes não temem dizer a verdade aos poderosos deste mundo, acusando aqueles que esqueceram a justiça de Deus e consolando aqueles que, embora desprezados, temem a Deus com toda a humildade".
Como não citar uma figura entre tantas, a de São Basílio de Moscou, que, na sua aparente loucura, protestou contra a crueldade de Ivan, o Terrível, oferecendo-lhe como refeição carne crua em tempo de Quaresma? À recusa escandalizada, o louco em Cristo perguntou ao czar como era possível que ele tivesse escrúpulos para comer carne de animais durante a Quaresma, justamente ele que, em todas as estações do ano, não hesitava em levar à morte cristãos e pessoas inocentes.
Além disso, basta ler O Idiota, de Dostoiévski, ou O Mestre e Margarida, de Bulgakov, para entender como a figura do "louco" formou toda a cultura russa, até os loucos por Cristo descritos em As minhas missões na Sibéria, de Spiridon, capelão nos gulag czaristas no início do século XX.
Nem a essa santidade particular faltam referências a figuras bíblicas decisivas: o rei Davi não só se fingiu de louco entoando um salmo: "Eu sou louco no Senhor, quem é humilde ouça e se alegre...", mas, diante da arca da presença de Deus, abandonou-se nu em uma dança desenfreada, louco de alegria por Deus. Até mesmo Jesus foi considerado "fora de si" pelos seus familiares que queriam deter a sua pregação, considerada incômoda por causa das multidões que ele conseguia entusiasmar (cf. Marcos 3, 20-21). E o que dizer de São Paulo que, em várias ocasiões, exortava os cristãos de Corinto a suportar a sua loucura e a considerá-lo também um louco, até confessar abertamente: "Sim, tornei-me louco!".
Para além de afirmações dogmáticas e confissões de fé ditadas por uma racionalidade impecável, esses homens e essas mulheres viveram o impulso extremo da fé, vivendo constantemente voltados para o Cristo crucificado, o único "sábio" que quiseram conhecer nessa vida.
Doentes mentais? Talvez. Certamente, doentes de Deus. Ibn Arabi, o grande místico sufi podia dizer – talvez justamente por ter encontrado alguns desses loucos: "Aquele cuja doença é Jesus não se curará jamais!". Jesus não disse, talvez, que veio "para trazer fogo à terra"? Esses loucos deixaram que esse fogo queimasse até consumir a sabedoria racional daqueles que se consideram sábios. Somos capazes de ouvir o seu riso de advertência?




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