Tentação de Jesus no Deserto- Temptation of Christ

Zin Valley in the Negev Desert of Israel

A cena da tentação de nosso Senhor geralmente é suposto ter sido a montanha de Quarantania (qv), "um alto e íngreme parede de rocha, 1200 ou 1500 pés acima da planície oeste da Jordânia, perto de Jericó.

Mateus 4:1-11 – “A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo."

Após o Batismo, Jesus é guiado pelo Espírito Santo ao Deserto, onde fora tentado por Satanás. Vivia entre os animais selvagens e os anjos o serviam.

Para Jesus, o deserto foi o lugar em que encontrou o Tentador e foi testado. Para os israelitas, o deserto foi o lugar de provação também. Os resultados eram totalmente opostos. Jesus derrotou Satanás em tudo. No caso dos israelitas, todos eles passaram pelo mar e participavam da alimentação providenciada por Deus no deserto; porém, "Deus não se agradou da maioria deles; por isso os seus corpos ficaram espalhados no deserto" (1 Coríntios 10:5). É uma lição forte, porque 603.550 homens saíram do Egito, mas apenas dois deles entraram na terra prometida! No deserto onde 99,99% dos israelitas fracassaram, Jesus venceu. Qual era a diferença? Jesus confiou no Senhor e na Palavra.

Quando Jesus foi levado para o deserto, Ele já estava preparado para enfrentar o diabo, Jesus estava cheio do Espírito Santo de Deus. E o próprio Espírito, nos leva para sermos provados, na hora que estamos preparados.

Wilderness of Judea

" E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome."

O deserto era na tradição profética do Antigo Testamento, o lugar ideal do encontro do homem com Deus (cf. Dt 32,10; Os 2,16) ou no imaginário judaico, o lugar da "prova". O deserto é situação humana e cenário de prova, mais do que lugar geográfico e faz parte da paisagem da Quaresma.

Ivan Nikolaevich Kramskoy Christ in the Wilderness 1872 Tretyakov Gall. Moscow

Ivan Nikolaevich Kramskoy (1837–1887)
Christ in the Wilderness, 1872.
Oil on canvas.
State Tretyakov Gallery, Moscow

Um debate acalorado sempre acompanha o “Cristo no Deserto“de Kramskoy.

Ao amanhecer, em um deserto pedregoso, um exausto Cristo ligeiramente curvado agachado sobre uma rocha, suas mãos vigorosamente firmemente juntas, presas em oração. Seus olhos inchados olham fixamente para o chão na frente dele. Exteriormente, este peregrino-em-deserto-tem um olhar levemente selvagem . Seu cabelo é despenteado, barba fina desgastada. Suas roupas surradas, uma túnica cor de vinho com capa azul, parecem já desbotadas e desgastadas. A forma sombria de Cristo, mas ao mesmo tempo como uma presença brilhante, sentada de costas para o nascer do sol. Esta figura parece fossilizada, como uma pedra na paisagem. Um frio, luz, manhã rosada, acompanhados por faixas azuis pálidos de nuvem, aparecem no horizonte.

O jovem escritor Vsevolod Garshin observava na figura de Cristo uma compostura interior: ". A expressão de enorme força moral, o ódio do mal, e uma determinação radical para declarar-lhe guerra"

O artista sublinhou repetidamente o impulso que o levou a pintar “Cristo no Deserto.: “Tinha diante de mim a imagem continuamente por cinco anos. Tive que pintá-lo, a fim de se livrar dele. Durante o trabalho sobre a pintura, pensei, orei, e sofri muito. " Kramskoy confessou a seu amigo, o pintor de paisagens Fedor Vasiliev, que ele repetidamente se perguntava se ele estava capaz de representar Cristo. "Eu talvez tenha cometido um sacrilégio, mas eu não podia não pintar ajudar, mas pintar-lhe mas posso dizer que eu o pintei com sangue e lágrimas ".

Cristo no Deserto Moretto di Brescia 16e Metropolitan Museum of Art New York

Por experiência sabemos que tentação, é uma prova, um momento de risco no qual podemos ser vitoriosos ou derrotados. Se põe à prova nossa adesão a Deus. Por isso, a tentação se nos apresenta como certo sofrimento, como um tempo ou estado de combate ou luta espiritual.

O diabo é limitado por Deus, somente serás tentado naquilo que és capacitado, para ser testado.

" Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus."

Juan de Flandes The Temptation of Christ 1500 National Gallery of Art USA

The Temptation of Christ Fra Angelico 1450

Jerusalém Greg Olsen

"Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus."

A tentação é o momento de luta pelo Amado e nos oferece uma ocasião para manifestar o amor. O homem e a mulher têm a oportunidade de expressar sua condição de criatura diante do Criador e demonstrar sua adesão incondicional a Deus acima dos sofrimentos, se submetendo humildemente à sua vontade.

o pecado da gula

Primeira Tentação: dos prazeres sensuais ou dos sentidos

Atrás de cada um deles há pais que trabalham até em três empregos para garantirem a boa alimentação e posição social desses jovens. No entanto a alma deles está faminta da Palavra de Deus e sedenta da Graça de Deus . Famintos ,sedentos e desesperados !!!! Não só de paõ viverá o homem...

A sabedoria e a fé dos pobres e humildes nos diz: "Pouco com Deus é muito!!"

Apesar de ter sido criado em beleza e perfeição, Satanás, o anjo de Deus mais elevado na hierarquia angelical, caiu em pecado e arrastou consigo um terço dos outros anjos (Ap 12.4,9).

A Cobra do deserto de Israel

The Temptation of Christ 1350 Naples

The Temptation of Christ

"Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus."

Franz von Stuch Lucifer

Na tradição judaica, o livro de Enoch, onde se relata a queda dos anjos que rejeitam o paraíso e as ordens de Deus, é também o relato de uma guerra no céu. A rebelião é levada a cabo por vários líderes, dentre eles o príncipe Satanael que acaba por se transformar na personificação da essência de todo o mal.

Bonifácio Veronese Saint Michel Vanquishing the Devil Venice

Arcanjo Michael Pietro Perugino 1499 London

St. Michel Arcanjo Luca Giordani 1663 Berlin

"Him the Almighty Power Hurl'd headlong from the ethereal sky
John Martin18-19th century

The Fall of the Rebel Angels Les Tres Riches Heures du Duc de Berry
A Queda dos Anjos Rebeldes

The Fall of Satan and his Angels Gustave Doré

O diabo tentou fazer Jesus duvidar de Deus,

Satan tried to Tempt Jesus James Tissot

Sandro Botticcelli Scenes from the Life of Christ Capella Sistina Vatican

Sandro Botticcelli Scenes from the Life of Christ Capella Sistina Vatican (detail)

Sandro Botticelli Satan falling off the Cliff Detail of The Scenes from the Life of Christ Capella Sistina Vatican

"Não tentarás o Senhor, teu Deus."

Segunda Tentação: da glória ou triunfo terreno

A vida é o nosso maior troféu; maior dádiva do nosso bondoso Deus; um grande milagre. Colocar -a em risco é uma grande ingratidão.

Mas, na verdade, o que o diabo queria é que Cristo, sendo Deus, lhe obedecesse e o adorasse.

"Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares."

Satanás é um ser real e literal e suas mentiras e armadilhas devem ser evitadas através da retidão.

Cristo no Deserto Vasily Surikov 1892

Ary Scheffer The Temptation of Christ 1854

Duccio di Buoninsegna Temptation of Christ on the Mount 1308-11New York

Gustave Dore Jesus is Tempted by satan in the Wilderness

Tentação de Cristo Catedral de Salamanca Espanha

The Landscape with Temptation of Christ (detail) Joos de Momper 17e

Terceira Tentação:da posse e de muitas riquezas

Nephates Gustav Doré

O Carnaval é uma amostra caricaturada das riquezas que o tentador nos possa oferecer.

Quem sucumbe nesta tentação - coração endurece e os olhos são vedados para apreciar e admirar as maravilhosas obras de Deus.

Isaías: " Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, do modo que não vêem com seus olhos, nem compreendem com seu coração, nem se convertem para que eu os cure".

"Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto."

pintura medieval unknown master

pintura da idade média

Satanás é totalmente previsível. Ele tem usado a mesma estratégia e os velhos truques desde a criação. Todas as tentações seguem um padrão idêntico, e é por isso que Paulo declara: “Somos bem familiarizados com seus esquemas malignos” (II Cor.2:11).

Ele se rebelou contra Deus e disse "Não servirei!" veja em que se transformou esse belíssimo querubim!

The Temptation of Christ Tintoretto 1581

Gustave Doré 1866

Satanás e um anjo caído, da ordem dos Querubins, como descrito no texto Bíblico do Livro de Ezequiel, no capítulo 28. Como tal era portador de asas, mas estas haviam perdido as características de beleza e agora eram negras e desprovidas de plumagem, assemelhando-se às asas negras do morcego, criatura noctívaga e sinistra que povoava os pesadelos dos fiéis.

Temptation of Christ San Marcos

Temptation of Christ orthodox icon

Christ's Temptation Montreal

Denying Satan Carl Heinrich Bloch

Com isto, o deixou o diabo,

"Bem-aventurados os que são tentados! É quando o diabo vê que uma alma está tendendo à união com Deus que ele redobra seus esforços."

(São João Maria Vianney)

Christ in the Wilderness sorrounded by Angels Charles de la Fosse 1680-90

Cristo servido pelos Anjos no Deserto Lodovico Carracci 1608 Berlim

e eis que vieram anjos e o serviram.”

Thomas Cole Angels Ministering to Christ in the Wilderness 1843

Le Christ servu par deux Anges Montin 1673 Florence

Charles le Brumm Christ in the Desert served by Angels 1653

Christ in the Desert served by Angels Jean Baptiste de Champaigne

Jesus mergulha na nossa natureza, corre os nossos riscos e por nós e conosco é tentado. Logo, é preciso em nossas fraquezas, limitações e quedas pensar que Jesus viveu e sofreu tudo por todos, todas estas nossas mesmas tribulações. Aí já vemos o sentido expiatório de toda a vida de Jesus, que sofreu tentação não somente no deserto, mas em todo o seu caminho. Vejamos o que nos explica a carta aos Hebreus 2,18 que nos diz:

“De fato, por ter Ele mesmo suportado tribulações,
está em condição de vir em auxílio dos que são atribulados.”