O perdão é a linha mestra
dos Evangelhos
Cristo com Adúltera Lucas Cranach younger 1532 Ermitage
Evangelho de João 8:1-11
“Jesus, entretanto, foi para o monte das Oliveiras.
A Mulher
Surpreendida em Adultério
“Jesus, entretanto, foi para o monte das Oliveiras.
De
madrugada, voltou novamente para o templo, e todo o povo ia ter com ele; e,
assentado, os ensinava.
Os
escribas e Fariseus trouxeram à sua presença uma presença uma mulher
surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, disseram a
Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério.
E na lei
nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes?
Isto
diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se,
escrevia na terra com o dedo.
Como
insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós
estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire a pedra.
E,
tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.
Mas,
ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se
retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só
Jesus e a mulher no meio onde estava.
Erguendo-se
Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde
estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
Respondeu
ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e
não peques mais.”
Christ and the Sinner Henryk Siemiradzki 1873
Jesus
tinha vindo até ali e sentado procurava ensinar aqueles que o queriam ouvir naquela
manhã.
Sem se saber de onde uma multidão de homens irrompe pelos átrios e perturba o silêncio que ainda se respira. Apanharam uma mulher em flagrante adultério e trazem-na a Jesus para que a julgue, para que emita um juízo sobre ela e o pecado em que tinha sido apanhada.
Sem se saber de onde uma multidão de homens irrompe pelos átrios e perturba o silêncio que ainda se respira. Apanharam uma mulher em flagrante adultério e trazem-na a Jesus para que a julgue, para que emita um juízo sobre ela e o pecado em que tinha sido apanhada.
É
uma armadilha, uma armadilha bem preparada porque sabiam que ele estava ali,
sabiam que podiam apanhar a mulher em flagrante e porque querem uma resposta de
Jesus que o coloque em questão, que o conduza à morte, às possibilidades de
morte que engendraram nos seus espíritos perversos.
Contudo Jesus, em lugar de lhes responder directamente à pergunta e à provocação, começa a escrever no chão com o dedo. Podemos pensar que Jesus queria ganhar tempo para obter uma resposta satisfatória, uma resposta a dar-lhes, ou também que não era um assunto dele e portanto distanciava-se com esse silêncio e indiferença. Afinal que tinha ele a ver com aquilo? Teria sido ele o companheiro da mulher apanhada em delito e que eles não apresentavam?
Contudo Jesus, em lugar de lhes responder directamente à pergunta e à provocação, começa a escrever no chão com o dedo. Podemos pensar que Jesus queria ganhar tempo para obter uma resposta satisfatória, uma resposta a dar-lhes, ou também que não era um assunto dele e portanto distanciava-se com esse silêncio e indiferença. Afinal que tinha ele a ver com aquilo? Teria sido ele o companheiro da mulher apanhada em delito e que eles não apresentavam?
Jesus Defending the Adultress Gabriel Metsu 1653 Louvre
Podemos
pensar que ao escrever no chão escrevia a sentença que imediatamente
proferiria, como faziam os tribunos romanos em qualquer julgamento, que
escreviam a sentença antes de ela ser lida em alta voz aos presentes e
condenado.
A verdade é que não se sabe o que Jesus escrevia, João não nos diz, e por isso desde a antiguidade, Santo Agostinho, São Jerónimo e Santo Ambrósio, entre outros Padres da Igreja, viram neste gesto uma acção simbólica, semelhante à dos profetas, através da qual Jesus evocava àqueles homens acusadores um versículo do profeta Jeremias: “aqueles que se afastarem de mim serão escritos no pó” (Jer 17,13), ou então, que “o Senhor perscruta os corações, sonda os rins para dar a cada um segundo a sua conduta” (Jer 17,10). Jesus recorda assim àqueles homens o julgamento de Deus sobre os pecados de Israel e portanto o seu próprio julgamento.
São Tomás de Aquino faz uma leitura mais alegórica deste gesto de Jesus e assim vê nele a diferença da lei antiga com a nova lei. Enquanto que no monte Sinai Deus tinha escrito pelo seu próprio dedo os dez mandamentos nas tábuas de pedra apresentadas por Moisés, agora o filho escreve no pó com o seu próprio dedo. A pedra significava a dureza da lei, da antiga lei, o pó no qual Jesus escreve significa a suavidade e a leveza da nova lei de Jesus Cristo (São Tomás, Comentário ao Evangelho de João 1131).
A verdade é que não se sabe o que Jesus escrevia, João não nos diz, e por isso desde a antiguidade, Santo Agostinho, São Jerónimo e Santo Ambrósio, entre outros Padres da Igreja, viram neste gesto uma acção simbólica, semelhante à dos profetas, através da qual Jesus evocava àqueles homens acusadores um versículo do profeta Jeremias: “aqueles que se afastarem de mim serão escritos no pó” (Jer 17,13), ou então, que “o Senhor perscruta os corações, sonda os rins para dar a cada um segundo a sua conduta” (Jer 17,10). Jesus recorda assim àqueles homens o julgamento de Deus sobre os pecados de Israel e portanto o seu próprio julgamento.
São Tomás de Aquino faz uma leitura mais alegórica deste gesto de Jesus e assim vê nele a diferença da lei antiga com a nova lei. Enquanto que no monte Sinai Deus tinha escrito pelo seu próprio dedo os dez mandamentos nas tábuas de pedra apresentadas por Moisés, agora o filho escreve no pó com o seu próprio dedo. A pedra significava a dureza da lei, da antiga lei, o pó no qual Jesus escreve significa a suavidade e a leveza da nova lei de Jesus Cristo (São Tomás, Comentário ao Evangelho de João 1131).
Jesus com a Pecadora Alexandre Bida
Jesus
ao escrever no chão pronuncia uma palavra que não é formalmente um julgamento,
um juízo dele sobre eles, mas que inevitavelmente os remete para o tribunal
individual da consciência, os remete para o confronto com a verdade.
Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra, ou seja, considere-se cada um a si mesmo, entre em si mesmo, ascenda ao tribunal da sua consciência, obrigue-se a confessar, pois sabe quem é, porque nenhum dos homens sabe o que é o homem senão o espírito do homem que está nele (1 Cor 2,11).
E um a um começaram a sair, deixando a mulher apenas com Jesus. A armadilha quebrou-se e tanto a mulher como Jesus ficaram livres, ela para receber o perdão de Deus, ele para o poder dar e resgatar aquela mulher da sua condição de pecadora.
Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra, ou seja, considere-se cada um a si mesmo, entre em si mesmo, ascenda ao tribunal da sua consciência, obrigue-se a confessar, pois sabe quem é, porque nenhum dos homens sabe o que é o homem senão o espírito do homem que está nele (1 Cor 2,11).
E um a um começaram a sair, deixando a mulher apenas com Jesus. A armadilha quebrou-se e tanto a mulher como Jesus ficaram livres, ela para receber o perdão de Deus, ele para o poder dar e resgatar aquela mulher da sua condição de pecadora.
Também
nós, o que há em nós de velho e viciado necessita sair para que se possa operar
o perdão. Abandonemo-nos à graça e à misericórdia de Jesus.
Christ and the Adulteress Nicolas Poussin 1653 Louvre Paris
Perdoar?
As
Escrituras nos ensinam, contudo, que a má vontade em perdoar os outros nos retira
o perdão divino. Jesus ensinou: "Porque, se perdoardes aos homens as
suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes
aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas
ofensas" (Mateus 6:14-15). Desde que todos os indivíduos
responsáveis diante de Deus necessitam de perdão, é portanto indispensável que
entendamos e pratiquemos o perdão.
Cristo y la mujer adultera
O que é o Perdão?
Para
entendermos o significado desta palavra dentro do conceito bíblico de perdão,
precisamos entender que o pecador é um devedor espiritual. Até Jesus usou esta
linguagem figurativa quando ensinou aos discípulos como orar: "e
perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos
devedores" (Mateus 6:12). Uma pessoa se torna devedora quando
transgride a lei de Deus (1 João 3:4). Cada pessoa que peca precisa suportar a
culpa de sua própria transgressão (Ezequiel 18:4,20) e o justo castigo do
pecado resultante (Romanos 6:23). Ele ocupa a posição de pecador aos olhos de
Deus e perde sua comunhão com Deus (Isaías 59:1-2; 1 João 1:5-7).
Christ and the Woman taken in Adultery Palma il Vecchio Jacopo(Negretti)
A boa
nova do evangelho é que Jesus pagou o preço por nossos pecados com sua morte na
cruz. Quando aceitamos o convite para a salvação através de nossa obediência
aos mandamentos de Deus, ele aceita a morte de Jesus como o pagamento de nossos
pecados e nos livra da culpa por nossas transgressões. Não ficamos mais na
posição de infratores da lei ou devedores diante de Deus. Somos perdoados!
Christ and the Adulteress Pieter Aertsen 1559 Stadel Museum Frankfurt am Main
O
perdão, então, é um ato no qual o ofendido livra o ofensor do pecado, liberta-o
da culpa pelo pecado.
Ele liberta
a pessoa perdoada da dívida do seu pecado, isto é, cessa de imputar a culpa
desse pecado à pessoa perdoada (veja Romanos 4:7-8).
Jesus e a Mulher Pecadora Vasily Polenov 1887-89 Russian Museum Petersburgo
O Perdão é Condicional !!!!!
É importante entender que o perdão de Deus é
condicional. Deus perdoa livremente no sentido que ele não exige a morte do
pecador que responde a seu convite de salvação, permitindo que a morte de Jesus
pague a pena por seus pecados. Contudo, Deus exige fé, arrependimento,
confissão de fé e batismo como condições para o perdão do pecador estranho (Marcos
16:16; Atos 2:37-38; 8:35-38; Romanos 10:9-10). O perdão é também condicional
para o cristão que peca. O arrependimento, a mudança de pensamento, precisam
ocorrer antes que o perdão divino seja estendido (Atos 8:22).
Cristo e Adultera Marconi Rocco 1525 Venice
Deus nos
chama a perdoar assim como ele perdoa. Quando alguém peca contra mim, ele se
torna um transgressor da lei de Cristo. Eu o considero um pecador. Se ele se
arrepende e pede para ser perdoado, eu tenho que perdoá-lo, isto é, libertá-lo
de sua culpa como transgressor. Quando eu o perdoo, não o considero mais um
pecador. Posso não ser literalmente capaz de esquecer o pecado que ele cometeu
mais do que Deus que literalmente "esquece" nossos pecados, mas preciso
deixar de atribuir a ele a culpa pelo seu pecado. Deste modo, eu o liberto de
sua "dívida".
Christ and the Adulteress Tintoretto
E se o
pecador não se arrepender? Tenho que perdoar aquele que peca contra mim, mas se
não se arrepende? Talvez esta pergunta seja melhor respondida pelas palavras de
Jesus: "Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se
ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e,
sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe"
(Lucas 17:3-4).
Jesus indicou que o perdão deveria ser estendido quando o pecador se arrepende e confessa seu pecado. Precisamos também lembrar que Deus sempre exige arrependimento como condição de divino perdão. Deus não exige de nós o que ele mesmo não está querendo fazer.
Jesus indicou que o perdão deveria ser estendido quando o pecador se arrepende e confessa seu pecado. Precisamos também lembrar que Deus sempre exige arrependimento como condição de divino perdão. Deus não exige de nós o que ele mesmo não está querendo fazer.
Christ and the Adulteress Alessandro Allori
Christ and the Adulteress Eeckhout van Gerbrandt 1653 Germany
Perdão Não É . . .
De fato,
se libertamos o pecador de sua culpa sem arrependimento, encorajamo-lo a
continuar em seus modos destruidores. O perdão não é a desculpa pelo pecado.
Algumas pessoas "esquecem," isto é, ignoram os pecados cometidos
contra elas porque têm medo de enfrentar o pecador. Entretanto a Bíblia é bem
explícita sobre o curso da ação a ser seguida quando um irmão peca contra mim
(Lucas 17:3; Mateus 18:15-17). O perdão fala de misericórdia, mas não deverá
ser confundido com a tolerância e permissão do pecado. O Senhor perdoará ou
punirá o pecador, dependendo da reação do pecador ao evangelho, mas ele não
tolera a iniquidade.
Christ and the Adulteress Marconi Rocco 1525 University of Miami
A Bíblia
ensina que o direito de vingança pertence ao Senhor (Romanos 12:17-21). O
perdão, contudo, não é simplesmente uma recusa a tirar vingança. Algumas vezes
a pessoa ofendida abstém-se de responder ao mal com o mal, mas não está
querendo libertar o pecador de sua condição de transgressor mesmo quando o
pecador se arrepende. A pessoa contra quem se pecou pode querer usar o pecado
como um cacete para castigar o pecador, mencionando-o de vez em quando para
vergonha do pecador. Se perdoo meu irmão, tenho que "esquecer" seu
pecado no sentido que não mais o atribuo a ele.
Christ and the Adulteress Jobst Harrich Paris
O perdão
não é a remoção das consequências temporais de nosso pecado. O homem que
assassina outro pode arrepender-se e procurar o perdão, mas ainda assim sofrerá
o castigo temporal da lei humana. Mesmo se perdoado, pode ter que passar o
resto de sua vida na prisão. O perdão remove as consequências eternas do
pecado!
Christ and the Adulteress Rembrandt van Rijn National Gallery of London (detail)
Christ and the Adulteress Rembrandt van Rijn 1644 National Gallery of London
Rembrandt retrata Jesus como o mais alto do grupo,
enfatizando sua superioridade moral.
enfatizando sua superioridade moral.
Christ and the Adulteress Tiziano Vecellio 16e
Como Posso Perdoar?
O pecado
danifica as relações entre as pessoas como prejudica nossa relação com nosso
Criador. A pessoa contra quem se pecou frequentemente se sente ferida, talvez
irada pela injustiça do pecado cometido. O perdão é necessário para a cura
espiritual da relação, mas precisamos preparar nossos corações para perdoar.
Precisamos aceitar a injustiça do ferimento, a deslealdade do pecado, e
ficarmos prontos para perdoar (observe os exemplos de Jesus e Estevão; Lucas
23:34; Atos 7:60). Mesmo se o pecador se recusar a se arrepender, não podemos
continuar a nutrir a raiva, ou ela se tornará em ódio e amargura (veja Efésios
4:26-27,31-32). Ainda que o pecador possa manter sua posição como transgressor
por causa de sua recusa a se arrepender, seu pecado não deverá dominar meu
estado emocional.
The Adulteress before Christ Alessando Varotari
E se o
pecador se arrepender? Como posso aprender a perdoar? Jesus contou uma parábola
sobre um servo que devia uma quantia enorme (10.000 talentos) ao seu rei
(Mateus 18:23-35). Ele era incapaz de pagar a dívida e implorou ao rei por
compaixão. O rei perdoou-o por sua enorme dívida, mas este servo prontamente
saiu e encontrou um dos seus companheiros servos que devia a ele uma quantia
relativamente pequena e exigiu pagamento, agarrando-o pelo pescoço. Ainda que o
companheiro de servidão implorasse por compaixão, o credor entregou-o à prisão.
Quando o rei foi informado dos atos de seu servo incompassivo, irou-se e
reprovou este servo, entregando-o aos torturadores até que ele pagasse
totalmente sua dívida. É claro que estamos representados na parábola pelo servo
que tinha uma dívida enorme. Não há comparação entre as ofensas que temos
cometido contra Deus e aquelas que têm sido cometidas contra nós. Jesus
observou que, justo como no caso do servo não misericordioso, o Pai não nos
perdoará por nossas infrações se não perdoarmos nossos companheiros (18:35; veja
também Mateus 5:7).
Christ and the Adulteress Lucas Cranach the Elder 1520
Para nos
prepararmos para perdoar, precisamos lembrar que nós mesmos somos pecadores e
necessitados do perdão divino (Romanos 3:23). No caso do cristão, Deus já lhe
perdoou uma imensa dívida no momento do batismo. Quando nos lembramos da
grandeza da dívida que Deus quer nos perdoar, certamente podemos perdoar
aqueles que nos devem muito menos em comparação (Efésios 4:32; Colossenses
3:13).http://www.estudosdabiblia.net/d42.htm
Christ and the Adulteress Giovanni Domenico Tiepollo 1751 Louvre
Christ and the Adulteress Tintoretto
Nós, porém, temos uma tendência muito grande
de julgar os outros. Lançar a culpa para os outros parece-nos o mais natural. No
entanto, todos somos pecadores e imperfeitos diante de Deus. E, contudo, o
Todo-poderoso não nos rejeita se O reconhecemos e tentamos converter-nos,
abandonando o pecado. Então o Senhor nos restaura na nossa dignidade de pessoas
e filhos Seus, sem interrogatórios e reprimendas – como Jesus com a adúltera -,
mas, abrindo-nos à alegre confiança do que se sente querido e convidado para
uma vida própria de quem renasceu para o perdão.
Christ and the Adulteress Gustavo Doré 1866
Eu também
não te condeno.
“A lei manda apedrejar! O que dizes?”
Christ and the Adulteress Gustavo Doré 1866 (detail)
Christ and the Adulteress Arent de Gelder 1683 Madrid
“Quem
não tiver pecado, atire a primeira pedra”. Jesus não muda a lei, muda a
atitude: o pecador é conquistado pelo amor. “Eu não quero a morte do pecador,
mas sim que se converta e viva” (Ez 33,11).
Christ and the Adulteress Guercino 1621
Jesus não
aprova o pecado, conquista o pecador. “Ele escrevia no chão”. Por que escrever
na areia? O perdão é como o vento que desmancha os traços na areia. Na pedra se
escrevem os bens praticados que não se perdem. Acho importante na confissão
preocuparmo-nos mais com a pessoa do que com a lista dos pecados. “Mulher,
ninguém te condenou?” “Não, Senhor”. “Eu também não te condeno. Vai e não
peques mais” (8,10-11). A remissão de Jesus se faz pelo respeito ao pecador.
Imaginemos a troca de olhares dos dois. O amor arranca do mal e eleva a
pessoa.
(Leituras:
Isaías, 43,16-21; Filipenses 3,8-14; João 8,1-11)
Christ and the Adulteress
Experimentar
a força da ressurreição
“A fé
consiste em conhecer Cristo, experimentar a força de sua ressurreição, ficar em
comunhão com seus sofrimentos, tornando-me semelhante a Ele na sua morte” (Fl
3,10-11). A força desta frase é espantosa: conhecer Cristo é ter em si a mesma
força que levantou Cristo da sepultura. O povo de Deus, no deserto, caminhava
na força da libertação da escravidão e na perspectiva de uma pátria. Nós temos
esta força na perspectiva de uma pátria que se resume na intimidade com Deus
agora e sempre.
Christ and the Adulteress Lorenzo Lotto
O profeta Jeremias clamava: “tenho dentro de
mim um fogo que me consome os ossos. Tentei refreá-lo e não consegui” (Jr
20,9). Quem foi conquistado por Cristo não volta atrás, mesmo diante dos
maiores sofrimentos, como podemos ver nos mártires e em tantos que dedicaram
sua vida a Cristo e aos irmãos.
Procurando Cristo na fé, encontramos nossa
primitiva dignidade, tudo se torna novo para nós e fazemos a experiência do
Deus que nos chama no seu Filho à ressurreição.
Christ and the Adulteress
Podemos
perceber que os homens e mulheres que se deixaram conquistar por Cristo foram
desapegados de tudo e por isso conquistaram tanto. Foi o que fez Cristo no seu
caminho de sofrimento, morte e ressurreição, seu Mistério Pascal: humilhou-se a
si mesmo até à morte e morte de Cruz. Procurou somente a vontade do Pai: buscar
a ovelha perdida, como vemos em seu encontro com a adúltera. Humilhou-se para
amar.
Femme Adultere et Jesus
Todos somos iguais. Todos pecaram, porém alguns insistem
em pensar que são mais santos ou melhores que outros. Jesus nos ensina que
devemos amar a todos. E perdoar. Se acharmos alguém em dificuldade espiritual,
não devemos condená-lo. Devemos experimentar a força do perdão, com união e
simplicidade de coração. Deus abençoe!
Christ and the Adulteress Paolo Veronesse
Christ and the Adulteress
Christ and the Adulteress Lucas Cranach the Elder 1532 Budapest
Quando o Cristo disse à mulher para ir e não pecar mais, estava
declarando que ela havia errado, mas que isso não fazia dela um erro. O Cristo
via nela um ser humano que ninguém mais via, talvez nem ela mesma. O Cristo
oferecia-lhe perdão e oportunidade.
Christ and the Adulteress
A força do Cristo é dispensada aos que aceitam o seu perdão. Quem é
perdoado deve, também, se perdoar para que essa força possa ajudá-lo. Se a
gente não se perdoa, volta, ainda que num caminho inconsciente, à prática do
erro, como a dizer que Deus está errado quando nos perdoa, que é o nosso erro e
não o amor dele que fala de quem nós somos. Isso é tentar colocar-se fora da
possibilidade do amor de Deus.
Christ and the Adulteress Museé d'Orsay
E a gente se perdoa num gesto de concordância
com Deus. É algo como: Deus me perdoou no Cristo, logo, esse erro não me
define, eu sou o que Deus vê em mim, e é para esse ser humano em Cristo que eu
vou. Deus vê em nós mais do que os nossos erros. E Deus está sempre certo. Todo
ser humano, pela graça, pode começar de novo. A gente, independente de quantas
vezes erra, deve sempre buscar o perdão e retomar a caminhada proposta pelo
Cristo. A gente nunca deve desistir de encontrar o ser humano que Deus vê em
nós. Jo 8,1-11
Reflexão:Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.
"Quem
não perdoa a si mesmo é um orgulhoso refinado!"
São Francisco de Sales doutor da Igreja
Christ and the Adulteress Johann Karl Carlotto 17e
Em conformidade com a lei mata se o culpado, mas
Jesus nos convida a superar esse nível, dizendo: Mulher é adúltera, mas ela
vive em um mundo cheio de adúlteros! Condenar todos, antes de condená-la? Ou
perdoar a todos nós e que ela mesma (o que parece ser uma vítima do sistema)
perdoa-nos!
Christ and the Adulteress Colombel Nicolas
A lei tinha sido usada para descobrir e punir o
pecador: o próprio Deus ordenou que as mulheres fossem apedrejadas!
Mas Jesus se
levanta e coloca-las ao nível da experiência mais profunda da graça da vida.
Não há necessidade de livro, escreve a sua palavra sobre a terra, mostrando que a vida de Deus supera todas as leis e julgamentos do mundo, por isso oferece
um meio de vida para as mulheres e para os seus juízes, de modo que todo mundo
começa um caminho diferente. Dessa forma, dizem-nos que somos pecadores (também
a mulher!),
Para iniciar ,todos os homens compartilham uma jornada de
perdão, não como heróis ou heroínas apenas resgatados dos juízes maus, mas como
você pode perdoar culpado. Esta resposta de Jesus em um sentido não resolve os
problemas (como seria o apedrejamento da adúltera), mas abre-se e levanta
algo maior.
Christ and the Adulteress Signol Emil 17e Louvre
Questões abertas:
muitas outras questões permanecem em aberto,
mas sob uma nova perspectiva: a perspectiva de perdão e criador da graça da vida.
Historicamente, essa cena é irreal, muito improvável. Mas
o texto é uma parábola cristológica mais do que a memória de um passado: Jo 8,
1-12 está contando (ou representando) a verdade humana universal, dizendo que todos nós podemos nos considerar pecadores e discutir abertamente ,
perdoando uns aos outros, desde a mais alta graça de Deus-Pai.
Christ and the Adulteress Tiepollo
São Tomás de Aquino faz uma leitura mais alegórica deste
gesto de Jesus e assim vê nele a diferença da lei antiga com a nova lei.
Enquanto que no monte Sinai Deus tinha escrito pelo seu próprio dedo os dez
mandamentos nas tábuas de pedra apresentadas por Moisés, agora o filho escreve
no pó com o seu próprio dedo. A pedra significava a dureza da lei, da antiga
lei, o pó no qual Jesus escreve significa a suavidade e a leveza da nova lei de
Jesus Cristo (São Tomás, Comentário ao Evangelho de João 1131).
Christ and the Adulteress Palma il Vecchio Jacoppo
Jesus ao escrever no chão pronuncia uma palavra que não é
formalmente um julgamento, um juízo dele sobre eles, mas que inevitavelmente os
remete para o tribunal individual da consciência, os remete para o confronto
com a verdade.
Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra, ou seja, considere-se cada um a si mesmo, entre em si mesmo, ascenda ao tribunal da sua consciência, obrigue-se a confessar, pois sabe quem é, porque nenhum dos homens sabe o que é o homem senão o espírito do homem que está nele (1 Cor 2,11).
E um a um começaram a sair, deixando a mulher apenas com Jesus. A armadilha quebrou-se e tanto a mulher como Jesus ficaram livres, ela para receber o perdão de Deus, ele para o poder dar e resgatar aquela mulher da sua condição de pecadora.
Também nós, o que há em nós de velho e viciado necessita sair para que se possa operar o perdão. Abandonemo-nos à graça e à misericórdia de Jesus.
Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra, ou seja, considere-se cada um a si mesmo, entre em si mesmo, ascenda ao tribunal da sua consciência, obrigue-se a confessar, pois sabe quem é, porque nenhum dos homens sabe o que é o homem senão o espírito do homem que está nele (1 Cor 2,11).
E um a um começaram a sair, deixando a mulher apenas com Jesus. A armadilha quebrou-se e tanto a mulher como Jesus ficaram livres, ela para receber o perdão de Deus, ele para o poder dar e resgatar aquela mulher da sua condição de pecadora.
Também nós, o que há em nós de velho e viciado necessita sair para que se possa operar o perdão. Abandonemo-nos à graça e à misericórdia de Jesus.
Christ and the Adulteress Polidoro di Lanciano
Christ and the Adulteress Garofalo
Foi necessária uma certa prática da reconciliação e da
penitência, uma reflexão sobre o sucedido para se perceber que a história ia e
vai muito para além do adultério da mulher apanhada em flagrante, ela é apenas
um motivo para a revelação dos outros adultérios e da verdadeira relação que é pedida.
na história o homem que estava com a mulher em flagrante, porque à luz da lei
de Moisés tanto um como outro deveriam ser apedrejados até à morte. É uma
armadilha mortal, porque se Jesus se coloca do lado da lei de Moisés nega toda
a sua compaixão, todas as suas palavras e gestos para com aqueles que tinham
sido excluídos e eram considerados pecadores. Pelo contrário se não condena a
mulher coloca-se contra a lei de Moisés, e como a própria lei estabelecia quem
se colocasse contra ela deveria ser apedrejado, porque como a lei era de Deus
não tinha nada de injusto. O círculo de morte que estabelecem à volta da mulher
apanhada em flagrante envolve assim também Jesus, pois a pena de morte para o
crime da mulher como para o crime do crítico da lei era a mesma.
Christ and the Adulteress
E
eles foram saindo, porque de facto tinham pecados, e o primeiro deles era o do
próprio adultério, eles tinham sido infiéis a Deus ao arvorarem a própria lei
como última resposta, como última realidade. A lei que lhes tinha sido dada
como guia e orientação tinha sido idolatrada, tinha sido elevada à condição da
própria divindade, esquecendo e subtraindo a misericórdia de Deus espelhada e
subjacente à própria lei. Como lhes tinha anunciado o profeta eles tinham
cavado cisternas para guardar a água mas as cisternas estavam rotas, os
esquemas judiciais falhavam à essência da lei que era a misericórdia de Deus
para com eles, para com todos os homens.
Christ and the Adulteress by Boulogne
Abandonando
o local fica apenas Jesus e a mulher, a adúltera e o verdadeiro esposo, ficam
apenas Deus e a humanidade necessitada de perdão pela idolatria. E na sua
misericórdia, dando cumprimento à essência da lei Jesus envia a mulher
reconciliada para casa, ela que podia ter também abandonado a cena quando os
outros se ausentaram. Porque razão ficou, senão porque no fundo esperava e
desejava aquele perdão, o juízo de amor sobre a sua vida desencontrada?
Todos
nós somos esta mulher porque quase todos os dias adulteramos a nossa condição
de cristãos e filhos de Deus sujeitando-nos a outros senhores e a outros esposos,
trocamos a felicidade da fidelidade do amor de Deus pelos prazeres momentâneos
da nossa auto satisfação e glória. Idolatramos outras leis esquecendo-nos da
verdadeira lei de Deus, da lei do amor, e neste aspecto somos também como
aqueles fariseus e escribas porque nos nossos ambientes armamos os mesmos
círculos de morte com as nossas críticas, as nossas invejas, o nosso azedume e
até a nossa competição ou vaidade.
Les Supplice des Adulteres Jules Arsene Gardier
Necessitamos
por isso ir abandonando esses esquemas, essas armadilhas, e ir deixando-nos
ficar cada vez mais junto aos pés de Jesus para receber o seu perdão. E uma vez
mais não podemos esquecer que se o juízo é proferido pela divindade, ela
mantém-se abaixada na nossa humanidade, ao nosso nível, escrevendo no nosso pó
da terra, a fórmula como lhe podemos seguir em fidelidade.
Todos nós somos esta mulher porque quase todos os dias
adulteramos a nossa condição de cristãos e filhos de Deus sujeitando-nos a
outros senhores e a outros esposos, trocamos a felicidade da fidelidade do amor
de Deus pelos prazeres momentâneos da nossa auto satisfação e glória.
Christ and Adulteress Tiziano Vecellio 1508 Glasgow
Por isso é que os fariseus e os escribas abandonaram a cena depois de
Jesus ter dito que quem não tivesse pecados atirasse a primeira pedra. As suas
palavras, a sua justiça revelava-se misericordiosa para com os pecadores, a
pecadora, mas implacável para aqueles que sendo também pecadores se recusavam a
praticar a mesma misericórdia, se deixavam guiar pelas aparências e pelos seus
interesses maquiavélicos.
Jesus não podia agir de outra maneira, não pode agir ainda hoje na nossa
vida de pecado de outra maneira, porque de facto ele é a justiça de Deus, ele
dá testemunho juntamente com o Pai dessa justiça, e como a sua história e vida
é um acto de amor e misericórdia, um acto de entrega e fidelidade, a sua
justiça é misericórdia.
http://blogs.periodistadigital.com/xpikaza.php/2010/03/19/domingo-21-03-10-casta-susana-y-adultera
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"O
ato de perdoar é uma das atitudes mais nobres que um filho ou filha de Deus
pode realizar"
Apodrece o coração de quem não sabe perdoar.
Cristo e l'Adultera Cranach il Vecchio 1520-25
Notemos bem a
primeira palavra de Jesus, dirigida ao paralítico: tem confiança, filho, que
os teus pecados te são perdoados!
Todo pecador é um
paralítico: E todos nós somos pecadores! O viciado é um leproso: já vimos como
Jesus cura os leprosos; vejamos hoje como Ele cura os paralíticos espirituais:
é pelo sacramento da confissão. A confissão é o grande sacramento da
misericórdia divina.
I – Necessidade da
Confissão
A confissão
corresponde admiravelmente a todas as necessidades de nossa alma; e esta
perfeita adaptação é uma prova da sua divindade. A confissão tem por fim
arrancar o mal do coração do homem. Ora, o mal contém três elementos: o
orgulho, a concupiscência, a revolta. O pecador repete, em atos senão em
palavras, o brado orgulhoso de Lúcifer: Nom serviam!
O orgulho leva o
homem a rejeitar e desprezar a lei do Criador. O homem prefere obedecer às suas
paixões, deixando-se levar pela concupiscência; e como encontra um obstáculo –
a lei divina – ele se revolta. A confissão cura este mal com os três elementos
opostos. De fato, a confissão inclui três atos essenciais:
A humildade,
oposta ao orgulho;
O sacrifício, oposto à sensualidade;
A obediência,
oposta à revolta.
O pecador é obrigado
a ajoelhar-se aos pés de um homem, seu igual como homem, seu mestre e juiz pela
dignidade: é um ato de humildade.
O pecador deve
declarar suas misérias: é um sacrifício.
Enfim, ele deve
cumprir a penitência imposta: é um ato de obediência.
Eis como Deus
destrói, até à raiz, o mal que cometemos. Ele nos castiga com três atos opostos
aos atos do mal cometido… mas se Ele castiga, Ele cura e consola também, como
vamos ver.
Cristo e la Adultera A.Turchi
São Pio de Pietrelcina
(1887-1968), capuchinho - Carta, AdFP, 549
«Deixo-vos a paz; dou-vos a Minha paz»
«Deixo-vos a paz; dou-vos a Minha paz»
O
Espírito de Deus é espírito de paz; mesmo quando cometemos os mais graves
pecados, Ele faz-nos sentir uma dor tranquila, humilde e confiante, devido,
precisamente, à Sua misericórdia. Ao invés, o espírito do mal excita, exaspera
e faz-nos sentir, quando pecamos, uma espécie de cólera contra nós; e no
entanto o nosso primeiro gesto de caridade deveria justamente ser para com nós
próprios. Portanto, quando és atormentado por certos pensamentos, tal agitação
não te vem nunca de Deus, mas do demónio; porque Deus, sendo espírito de paz,
só pode dar-te serenidade.
Cristo e a Mulher Adultera Nicolas Poussin 1653
God hates sin, not because of what it does to Him,
but
because of what it does to us.
- Fr A. James
Bernstein
Restauration - Cristo e Adultera Van Dyck
O amor
supera tudo! Quem seríamos nós sem o amor de Deus? Um amor puro, de força
inigualável, que liberta e nos devolve a vida plena. Amor que perdoa até nossas
piores falhas e defeitos. Não julga, não aponta e não comenta, só abre os
braços e acolhe.
Há, Há Um Trono de Graça....
"Como é divinamente belo... e divinamente paternal
o sacramento da misericórdia divina!"
"Como é divinamente belo... e divinamente paternal
o sacramento da misericórdia divina!"
Queridos irmãos e irmãs, ser
cristão é dádiva de Deus. Somos filhos no Filho de Deus. Esse presente é eterno
para nós. Somos amados e temos a eternidade através de Jesus, que veio ao mundo
para ensinar o caminho que devemos percorrer para tomar posse dessa graça. [...]
A novidade do cristianismo é o amor e o perdão. O amor vai além das aparências,
ele procura o bem de todos. O perdão é a mola mestra da vida de comunidade
porque cada um é frágil e comete erros e pecados devidos a nossa fraqueza
humana. [...] A igreja de Cristo renova-se na medida em que aderimos plenamente
a Cristo. Na comunidade cristã podemos ouvir a Palavra, participar da
eucaristia, arrepender-se dos erros e pecados cometidos. Somos fortalecidos
pela palavra de Deus proclamada e pela eucaristia que nos fortalece no
testemunho de vida. Somos fortes na medida em que deixamos Deus operar na nossa
vida. A Igreja nos ajuda a sermos melhores.Papa emérito Bento XVI
"Deus nunca se cansa de nos perdoar;
nós nos cansamos de pedir perdão!"
Papa Francisco
Ser cristão é dádiva de Deus.
"Diante do enorme caldeirão do amor ardente de Deus,
todos os crimes e ofensas não significam nada."
Santa Terezinha do Menino Jesus doutora da Igreja
Quaresma
Perdoe seu irmão..
Referências:
Google images
Pe. Júlio
Maria De Lombaerde, “Comentário Dogmático do Evangelho Dominical”, págs 287-292
http://blogs.periodistadigital.com/xpikaza.php/2010/03/19/domingo-21-03-10-casta-susana-y-adultera
Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.
http://www.wga.hu/
Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.
http://www.wga.hu/